Setor de bares e restaurantes pede ajuda a Bolsonaro e terá resposta em 15 dias

O presidente se reuniu com representantes do setor e a equipe econômica para ouvir os pedidos de socorro.

Com a piora da pandemia em diversos lugares do país, governos dos Estados estão endurecendo regras da quarentena para tentar conter uma segunda onda de disseminação da Covid-19. Com as restrições, um dos setores que está sendo mais afetado é o de bares e restaurantes.

Diante disso, o setor está pedindo socorro ao governo federal e o presidente Jair Bolsonaro prometeu responder, em até 15 dias, se o governo tem condições ou não de ajudar novamente bares e restaurantes.

Nesta quarta-feira (27), Bolsonaro fez uma reunião com representantes da categoria e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na qual recebeu uma lista de pedidos. Uma das ajudas solicitadas é o adiamento do início dos pagamentos de empréstimos subsidiados concedidos no ano passado. Também foi solicitado o retorno da permissão para que empresas reduzam salários e jornadas ou suspendam contratos de trabalho.

Pronampe

Durante a reunião, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, também pediu a prorrogação da carência para pagar empréstimos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e a prorrogação para que firmas possam reduzir a jornada e os salários dos funcionários, além de ajuda para empresas em relação ao Simples Nacional, regime de tributação especial.

“Vamos estudar nos próximos dias o impacto fiscal e a resposta (será) em duas semanas no máximo. No máximo. Da minha parte, tudo que eu procuro fazer é para resposta imediata. Sim ou não, mas imediata”, declarou Bolsonaro depois do encontro.

O programa foi anunciado em abril do ano passado como medida para evitar um aumento ainda maior do desemprego diante da pandemia do novo coronavírus, que provocou restrições no funcionamento ou mesmo o fechamento de parte do comércio e da indústria.

Como contrapartida, o governo banca um benefício para quem teve o salário reduzido ou o contrato suspenso até o limite do seguro-desemprego (R$ 1.813). Foram pagos R$ 33,5 bilhões a 9,8 milhões de trabalhadores. O custo total do programa, no entanto, era estimado em R$ 51,6 bilhões.

Restrições de horários

O presidente também aproveitou para reforçar que é contra as políticas de restrições de horário de funcionamento do comércio adotadas pelo governo de São Paulo e pela prefeitura de Belo Horizonte (MG) para evitar o colapso do sistema hospitalar neste momento de agravamento da pandemia.

“Tem um Estado (São Paulo) que ao fechar tudo a partir das 20h e sábado e domingo também, atinge diretamente, atinge o coração de garçons, donos de bares e de eventos, bem como o mesmo problema está acontecendo na capital BH (Belo Horizonte)”, comentou.

“Não podemos botar na ruas 6 milhões de pessoas que ficariam prejudicadas com as medidas ora adotadas pelo Estado de São Paulo e pela capital de Minas Gerais”, reforçou Bolsonaro.

O presidente da Abrasel afirmou que o setor “paga uma conta desproporcional” com a pandemia da covid-19.

“O presidente está entendendo a importância de preservar os empregos do setor, manter as empresas, até que a gente possa com a retomada da economia voltar a normalidade”, disse. Além das críticas, Bolsonaro também aproveitou para pedir aos governadores e prefeitos para não aderirem a um “lockdown”.

Na semana passada, por conta da alta de infecções pela covid-19, o governo de São Paulo anunciou regras mais restritivas para o funcionamento do comércio. Em Belo Horizonte, desde o início do mês, também vigoram medidas de fechamento com prioridade para atividades essenciais.

A partir desta segunda, 25, em São Paulo, passou a valer a fase vermelha, em que só é permitido o funcionamento de serviços essenciais, das 20h às 6h. As regras também vão valer aos sábados, domingos e feriados. As restrições no período da noite e durante os finais de semana devem vigorar até, pelo menos, 8 de fevereiro.

Fonte: Portal Contábeis

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